Lei 5 do Branding Arquetípico

Lei da percepção

Algumas pessoas tentam vender seus produtos, oferecendo como diferencial, aquilo que já é óbvio e imprescindível.

Isso não traz diferencial nenhum para a marca.

Certo dia, dei uma aula bônus no curso de uma pessoa bem grande no mercado de marketing digital.

Analisei ao vivo, um caso de um aluno desse player do mercado.

Perguntei
– qual o diferencial da sua marca?

– meus elevadores são seguros e de muita qualidade. (Dava pra sentir como o aluno estava muito orgulhoso por essa qualidade e segurança)

isso não é diferencial – eu respondi. Ser de qualidade e seguro é um pré-requisito de qualquer elevador. Ninguém vai comprar ou decidir por você, porque seu elevador é seguro. Ou alguém teria coragem de comprar um elevador “meio seguro”?

Senti um ar de decepção ali ao vivo.

Ele já tinha feito altos investimentos, achava que tinha um nicho e uma mensagem que o diferenciava. Era algo que estava claro só pra ele e não para seus potenciais clientes.

A percepção que as pessoas de fora, como eu, tinham dessa marca é que ele era uma cópia das grandes empresas de elevadores.

 

Ele não tinha se dado conta sobre a dificuldade que estava criando para si mesmo, porque, sem diferencial, não mudava a percepção do cliente e dificultava que o cliente se decidisse por ele.

Decidi então investigar outros elementos, pra ver se poderíamos mudar essa percepção:

Eis que descobri o seguinte: ele gostaria de vender elevadores em prédios de poucos andares, em regiões praianas.

Ele me disse que nessas regiões tem muitas pessoas aposentadas, que se mudaram para a praia para ter uma velhice tranquila, mas tem dificuldade de mobilidade.

Ter um elevador no prédio, poderia dar independência a essas pessoas, que poderiam ir ao supermercado sozinhas e fazer outras atividades sem depender de filhos ou netos.

O Arquétipo do Explorador é inerente a ideia de liberdade, ao direito de ir e vir. Isso poderia e deveria ser incorporado a marca dele.

Percebe que o que fizemos aqui foi mudar a percepção de marca, saindo do óbvio e necessário que é ter um produto de qualidade e segurança?

Segurança e qualidade vai ter que ter, mas quando ele mudar a mensagem associando o elevador a liberdade, ele será o único que terá feito isso (se tiver coragem de se posicionar).

A maior parte das pessoas, que não dá valor ao Branding Arquetípico, não tem coragem de se posicionar, com medo de perder outros mercados.

Se posicionar como a empresa que oferece liberdade, que coloca idosos em seu material de propaganda, voltando sozinhos com sacolas de supermercado, que mostra um casal bem velhinho passeando ao invés de colocar fotos de um trambolho de metal é coisa que pouca gente sabe e tem coragem de fazer.

Na vontade de ganhar o mercado inteiro, não consegue ganhar nenhum.

As marcas grandes sabem o valor do Branding Arquetípico.

Se para uma marca grande é um investimento contínuo, para a marca pequena é uma questão de conseguir de nascimento e sobrevivência.

Uma marca pequena que não finca sua bandeira em algo, se consegue nascer, morre logo de início.

Além disso, se esse aluno, colocasse sua especialidade e foco em regiões praianas (como vimos na lei 1 e 2 do Branding Arquetípico), poderia ganhar um criar um significado e termo único relacionado à liberdade (como vimos nas lei 3 e 4 de Branding Arquetípico).

A partir de todo esse foco e especialidade, ele poderia desenvolver um material de elevadores muito apropriados a regiões praianas (que sabemos que tem uma corrosão muito maior, por conta das condições climáticas).

Adivinha? O elevador dele poderia custar beeeem mais caro que o do concorrente maior.

 

Então, a percepção de uma marca pode ser mudada, assim como os preços podem ser elevados quando se tem FOCO, ESPECIALIDADE, SIGNIFICADO E UM SENTIMENTO ÚNICO ASSOCIADO.

Tudo isso proporcionado pelas leis do Branding Arquetípico.Você tem coragem de se especializar, de ter foco e ter um sentimento único associado a sua marca?

Sua marca tem algum significado que vai além do produto em si?

Andreia Sales – Estrategista de Marca

Branding Arquetípico